quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Do Azul



COR AZUL – MÔNICA VARGAS

Azul da cor do céu, azul da cor do mar... o nosso planeta é azul...O azul é uma cor fria, essencialmente feminina, expressão de calma e contemplação. Suscita tranqüilidade e paz, símbolo da sabedoria transcendente e divina. Cor que convida ao mergulho, que busca o infinito. Caminho da divagação quando é claro, caminho onírico quando é índigo. A junção das duas cores é a alma liberada em direção ao Divino.

Cor suave, terna e afetuosa. Favorece atividades intelectuais e meditativas. Cor concêntrica, perceptiva, incorporativa, compassiva e unificadora...A contemplação do azul deixa profundidade, leveza e contentamento.
...O silêncio é azul...

Os efeitos orgânicos da cor azul, segundo alguns, são de redução da freqüência cardíaca, diminuição do ritmo respiratório, inibição de descargas de adrenalina e pode ter efeito hipnótico no sistema nervoso central. Com essa redução de ritmos, o organismo tende a recarregar-se energeticamente.

É indicado em casos de estresse, estafa, pressão alta, obesidade, taquicardia, insônia, ira e irritabilidade. Também pode ajudar em agitação psicomotora e neuroses.
As contra-indicações são somente em caso de fadiga, estupor, medos e fobias acentuados.
Dá aparência jovem e arrojada, é calmante de tensões nervosas. O azul deve ser usado com parcimônia e bom senso, como qualquer cor.
O Senhor dos Exércitos ordenou aos filhos de Israel que usassem um barrado azul nas suas vestes. Odin veste azul. Vishnu é representado também com a cor azul. O manto de Maria é azul. Azul era uma cor sagrada para os Druidas, aquele que recebesse o título de bardo por ocasião da celebração do Eisteddfod era abençoado com uma espada e ganhava uma fita azul. Algumas culturas asiáticas acreditam que o azul afasta mal-olhado. Também se acredita que seja o azul um envelope áurico que contém e sustém a vida. Nas religiões afro-brasileiras contas azuis claro podem ser de Oxossi, Logun Edé, Iemanjá; contas azuis escuras são de Ogun. Oxum também pode vestir azul por causa do sincretismo com Nossa Senhora Conceição e pela forte relação que este Orixá tem com as águas.
Na cromoterapia, o raio cromático azul é considerado estabilizador. Cor da perfeição.
Os cristais relacionados aos azuis são: água marinha, turqueza, turmalina azul, safira, lápis-lazuli, azurita e a sodalita.
O índigo combina poder com aptidão prática, determina profundas reformas em todos os níveis do ser. Governa a visão física e a visão superior.
O azul é o primeiro raio, representa a Vontade de Deus, fé, proteção, força e poder. O mestre ascensionado El Morya é o seu guia, cujo complemento divino é Myriam. Seu dia é o Domingo. Seu arcanjo é Miguel, cujo complemento divino é Fé. O Elohim desse raio é Hercules, cujo complemento divino é Eloah Amazon.
O índigo é a cor do chackra frontal, enquanto que o azul é do laríngeo. Segundo esta vertente de compreensão das cores, o índigo é a cor da intuição, observação e mente objetiva. Dinamiza a visão, a vidência, a audição e o cérebro humano. O azul seria o lugar da inteligência prática, dinamizaria o potencial da palavra e a energia descendente. Também funcionaria como um filtro para vibrações que vem de baixo.
A vela para pedir por boa saúde é azul. Quando a chama de uma vela fica azul, os esotéricos acreditam que fadas e seres celestiais estão no ambiente.
A falta de azul pode trazer resistência a mudanças, inflexibilidade, não entendimento da liberdade.
Um professor chamado Dinsha Gadhiali, considera que a cor azul:
Retira a energia seca, deixa a energia úmida
Em conjunto com o laranja (laranja depois azul) poderia acelerar a cicatrização pós-operatória e diminuir a dor. Ajuda contra os sintomas da acne; ardores e dor por herpes zoster; broquites por calor úmido. Dores ciáticas; Conjuntivite; Inflamações das articulações; queimaduras, entre outras coisas.
No azul depois laranja, pode ajudar em bronquites, cistites, espasmos, colite com espasmo.
Viga Gordilho, expressa seu amor pela cor através da tese de doutorado: Cantos, contos e contas: uma trama às águas como lugar de passagem. Ela relacionou lugares, céus e rios e a memória que esses azuis trazem. Para ela, o azul é o território da afetividade. Viga descobriu que o primeiro pigmento azul foi provavelmente desenvolvido no Antigo Egito, era o lápis lázuli (extraído no Afeganistão e Egito). Esse tom de azul, igual ao da pedra anil, foi redescoberto nas obras de Ticiano. O artista plástico Yves Klein fez imensas telas azuis que já foram comparadas à plataformas de meditação, é só observa-las por um tempo que se entra quase em transe. Para ele, o azul unificaria céu e terra, diluindo a linha do horizonte e expandindo o infinito. Em 1957, Klein já havia declarado que a terra seria azul. O azul aparece em pouquíssimas flores e em nenhum alimento, “ele nutre apenas a alma”, afirmou a artista plástica Viga. Um arquiteto de São Paulo disse que o azul está “associado àquilo que transcende o material e se torna imaterial”. É associada ao conhecimento porque vem do alto, do céu, dos planos superiores...
O azul é a cor da quietude, não da indolência. O sexto chacra, frontal, azul-índigo é casa da preguiça... também está relacionada às percepções sutis, a ativação da função mental. O azul claro estaria ligado à luxúria, a submissão completa ao desejo de experimentar o máximo de tudo que vêm dos sentidos, mesmo que leve a uma certa decadência. O chacka laríngeo seria o regulador desse impulso, que pode ser positivo quando está na sua face de desfrute de sabores, qualquer que sejam eles. Este chakra, localizado na altura da garganta é ligado à comunicação e à expressão, por isso saber medir som e silêncio é uma característica azul. A temperança é a virtude da moderação e do equilíbrio.
Meu intuito com a oficina do azul foi trazer o lado mais profundo das duas variações, claro e índigo, a pureza de um, a profundidade do outro. A junção dos dois convida ao infinito de nós mesmos, afinal, a busca também é Deus.

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