quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Jornada do Herói


JORNADA DO HERÓI - Diálogo com nossa força interior

Concepção e organização do workshop:

Grace Storni Rocha, Melissa Caetano, Mônica Queiroz Vargas.

Apresentado no I Encontro de Arteterapia do Mercosul,Rio de Janeiro

O herói reside em todos nós, sua força, entretanto, é diferenciada como são diferenciadas as potencialidades humanas. Essa vivência visa o início do conhecimento desse herói interno e o encontro com tais “armas e escudos” que possuímos, sejam lá quais forem. Na nossa sociedade tendemos a vislumbrar o herói como aquele que tão-somente utiliza a força bruta para vencer os obstáculos de seu caminho, entretanto, a vida nos ensina que o grande aprendizado está em potencializar o nosso agir e tirar o melhor proveito possível daquilo que somos e das armas das quais dispomos, um aprendizado sobre a nossa própria potência possibilita um sucesso mais verdadeiro, ou seja, dentro dos padrões pessoais de felicidade.

OBJETIVO

Nesse workshop, a proposta é que experenciemos através do personagem mítico Arjuna, do Mahabharata, uma passagem visual e vivencial pelas etapas da jornada do herói, a saber: Vida no mundo comum; chamado à aventura; recusa ao chamado; encontro com o mentor; testes, aliados e inimigos; aproximação da caverna oculta; provação suprema; caminho de volta; ressurreição; retorno com elixir.

METODOLOGIA

Através da música, imaginação ativa e expressão verbal e corporal, os participantes serão convidados à “aventurarem-se” em si mesmos e reconhecerem seu herói, que, parafraseando Joseph Campbell, pode possuir muitas faces. Nessa jornada alguns encontros serão pontuados: a criança divina, o velho sábio, a grande mãe, a sombra.

Esses encontros são um diálogo entre o herói em construção e esses “personagens” em nós mesmos. Escolhemos Arjuna porque é um guerreiro que busca travar também uma batalha espiritual pelo aperfeiçoamento de si. É uma jornada externa e interna, uma querela mágica, que transforma um ser temeroso num herói de si mesmo.

O grande aprendizado está em potencializar o nosso agir e tirar o melhor proveito possível daquilo que somos e das armas das quais dispomos, um aprendizado sobe a nossa própria potência. Isto possibilita um sucesso mais verdadeiro, ou seja, dentro dos padrões pessoais de felicidade.

Arjuna, um dos pandavas do Mahabharata (entre 400 e 300 aC), cujo diálogo com o Todo-Amoroso Krishna fez nascer o Bhagavad Gita. Escolhemos Arjuna porque é um guerreiro que busca travar também uma batalha espiritual pelo aperfeiçoamento de si, vivenciar seu dharma, a ação em vida. É uma jornada externa e interna, uma querela mágica, que transforma um ser temeroso num herói de si mesmo.

Arjuna é um herói supremo, possui a entrega e a certeza necessária. Ele é um arqueiro perfeito, cuja seta alcança o objetivo maior: o conhecimento de si. Seu arco chamava-se Gandiva. O Mahabharata é um poema épico com mais de cem mil estrofes, o Bhagavad Gita é o capítulo 63.

O Rei Pandu, pai de Arjuna, falece e seu irmão mais velho Dhritarashtra torna-se o sucessor (ele não havia podido reinar antes por ser cego). Os órfãos de Pandu, os pandavas, Arjuna e seus 4 irmãos, passam a serem educados pelo novo rei com seus 100 filhos. Duryodhana, o mais velho dos Kauravas, filho de Dhritarastra foi motivado pela inveja para destruir seus primos, sempre planejando contra eles. Por medo de ser usurpado, acabou por se tornar um usurpador. Depois de várias traições, os pandavas são banidos do reino e vão com sua mãe, a rainha Kunti, viver numa floresta. Depois de um tempo no exílio, os pandavas ficam sabendo de um torneio por uma dama de um país vizinho. Arjuna, o terceiro dos irmãos, decidiu competir. Usou seu arco com eficiência e venceu. Este casamento deu-lhes uma importante aliança, e novamente foram ameaçados pelos Kauravas. Com receio de sua força e sabendo de seu direito, o pai de Duryodhana ofereceu-lhes a metade do reino, enfurecendo-o ainda mais. O irmão mais velho dos pandavas, Yudhistira, foi coroado.

A guerra tornou-se inevitável pela insana ambição dos Kauravas, representado principalmente pelo irmão mais velho. No campo da batalha de Kurukshetra em Hastinapura, Krishna (que era aquele que carregava a quadriga ou biga) foi atacado. O condutor jamais deveria ser atacado, mas esta regra de cortesia não foi respeitada. Quando Arjuna percebeu que Krishna seria atingido, se colocou na sua frente, isso representando o aspecto Bakhti, de completa devoção.

Ali, no campo de batalha, no momento crucial antes de seu início... Arjuna fraquejou, teve receio de agir, contra seus parentes, que afinal estavam nos dois lados do campo. Nesse momento Krishna profere seu discurso - Bhagavad Gita. O diálogo travado desvela o antagonismo da batalha humana. Krishna instrui Arjuna na doutrina da liberação e da yoga, que flui através das ações de um guerreiro, que não pode abandonar seu dharma, seu caminho no mundo. Krishna instigou Arjuna à luta, mostrando-lhe a temporalidade que permeia a vida. A tarefa de Arjuna é vencer o poderoso mundo de ilusões para chegar ao conhecimento de sua verdadeira essência divina.

Bibliografia

O Bhagavad Gita. Editora Pensamento

Campbell, Joseph. O herói de mil faces. Editora Pensamento.

Vogler, Christofer. Writer´s journey. Editora Pan Macmillan.



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